Isso é o rugby, o rugby é isso!

Têm sido veiculadas na televisão algumas propagandas da Topper sobre rugby. Algumas até bem legais. Isso é porque o rugby, na modalidade seven, vai fazer parte das olimpíadas já a partir dos jogos de 2016, no Rio de Janeiro.

Mas você sabe o que é o rugby? Ou pelo menos tem uma ideia? Bom, não tenho conhecimento profundo desse esporte. Pra falar a verdade, só conheci o que mais me interessava, mas vou relatar aqui a minha experiência. Desde o que me levou até ele até o dia em que tive que dizer adeus.


No início de 2009, o meu, até então sedentário, amigo Sushi me falou com empolgação desse esporte que ele praticava com tanto fervor. Mas, como o Sushi, que aparentemente, não levava jeito para qualquer atividade física esportiva, poderia jogar esse esporte coletivo? Eu, um cara que desde a infância jogava futebol, basquete e tênis, e ainda praticava, pelo menos na época, quase que diariamente, corridas de rua, não poderia deixar de, pelo menos, conhecer o esporte. Então, aceitei o convite do Sushi para treinar na equipe do Bagatelle Rugby, time da zona norte de São Paulo.

Existem outras modalidades de rugby além do seven, e a mais praticada, pelo menos aqui no Brasil, é a modalidade union com 15 jogadores em cada equipe. E apesar de cada jogador ter função e posição definida, dentro de campo os jogadores são divididos em dois grupos, os Scrums (em azul), o pessoal da força e do impacto, e os Linhas (em vermelho), o pessoal que corre para atacar e defender. O Sushi era um Scrum e, se não me falha a memória, jogava como Hooker, já eu, por conta da velocidade que tinha na época, jogava como ponta ou ponta invertido. Infelizmente, quase sempre para defender.


Antes de praticar rugby, eu já jogava futebol de várzea desde meus 16 anos. Diferentemente dos meus irmãos, sempre tive que brigar muito para jogar nos times. Muitas vezes, ocupava as vagas que não tinham jogadores, ou seja, muitas vezes não passei de um quebra-galho e fui apenas mais um em campo. E mesmo quando fui realmente importante para um time, os louros das conquistas sempre eram distribuídos entres os destaques da equipe como o atacante ou o goleiro. Essa foi uma das razões que me levaram ao rugby, pois mesmo que esteja perdendo o jogo, seu time sempre comemora e aplaudi todo e qualquer esforço seu.

Mas, o que realmente me atraiu no rugby foi a possibilidade da realização de um antigo desejo humano: gladiar. Para mim, o rugby não era apenas um esporte, era uma batalha, no qual eu travava vários combates individuais dentro de uma partida. E toda vez que tackleava um adversário, me sentia realizado, como na época do boxe quando mandava o oponente para a lona.

Com pouco mais de dois meses de treino e pouco conhecimento das regras, fui disputar pelo Bagatelle, partidas amistosas e oficiais na union da segunda divisão do campeonato paulista de rugby. Essas partidas me mostraram o eminente perigo de graves lesões que havia no esporte, pelo menos nessa modalidade, já que no seven (7 jogadores apenas) não parecia oferecer o mesmo perigo, pois as trombadas são menos violentas.

Com receio de uma grave lesão e para alívio de minha esposa, que preferia me ver voltar ao boxe a jogar rugby, decidi que não mais jogaria na union, apenas a seven. Então falei para meu amigo Sushi e só faltava comunicar o pessoal do Bagatelle sobre minha opção. Mas como já havia um jogo marcado para o fim de semana em Guararema contra a equipe ATR, resolvi comunicar minha decisão após o jogo.

Mas, da mesma forma que um gladiador na arena, ou um boxeador no ringue, não ganham todas as batalhas, saí gravemente ferido. Não estou me referindo ao humilhante resultado do jogo, como noticiado no Esporte D, telejornal local, mas porque sofri uma lesão no ombro esquerdo, que me impossibilita de jogar rugby novamente. Na verdade, me impossibilita de fazer muitas coisas até hoje. Detalhe: sou eu o jogador que aparece no vídeo saindo de maca.

Não me arrependo de jogar rugby, na realidade, gostaria de ter condições físicas de jogar novamente. Lamento apenas o fato de não ter ‘ombro’ para pilotar kart, defender o gol no futebol, não conseguir articular o braço naturalmente durante as corridas de rua, e sentir muitas dores quando tento sacar no tênis. Quem sabe após a cirurgia, que será necessária em breve, eu possa pelo menos pilotar moto de novo, ou até mesmo gladiar na modalidade seven.

Afinal, como aprendi com os companheiros de Bagatelle: isso é o rugby. O rugby é isso!

Boa noite São Paulo, ainda estou acordado!

Comentários

  1. Eh...foi exatamente isso que me referia hj. Que bom que vc pode ter essa experiência. Viva o esporte!!!! bjs querido.

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  2. Arrasou. Arrasou não, atropelou. Atropelou é pouco. Massacrou.

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