Nunca diga nunca!

Já disse em posts anteriores que na minha infância as pessoas escutavam músicas sem o menor preconceito. Não importava quem estava cantando ou, no caso das estrangeiras, sobre o que estavam cantando. O que interessava era se a música agradava, se era dançante e envolvente, e usávamos termos como peso, balanço e melo (melodia) para definirmos as que curtíamos.

Mas, certamente, você já escutou ou falou que não gosta desse ou daquele estilo musical. Acho que o correto é dizer que não gosta dessa ou daquela música, independentemente do estilo, ritmo, dos cantores e grupos. Eu mesmo já falei “não gosto de sertanejo”. Na verdade, a inda não gosto de pelo menos 98% das canções. Só que descobri com Alô e Coração Vazio, interpretadas por Chitãozinho e Xororó, que o que me agrada é a música e não o estilo.

Uma vez, disse algo até engraçado, “que não curtia rock, mas que gostava do Guns N' Roses. Na realidade, gosto apenas de algumas músicas da banda. Pra ser mais exato:  Sweet Child O' Mine, Live And Let Die, Patience, Since I Don't Have You e Paradise City. Posso afirmar que não gosto de Rock sendo que há musicas que eu simplesmente adoro como “Machinehead” (Bush), “Beat It” (Fall Out Boy), “Stairway To Heaven” (Led Zeppelin), “Another Brick in the Wall” (Pink Floyd), Light My Fire (The Doors), Frankenstein (Edgar Winter Group), e outras tantas?

É claro que me identifico mais com rap, soul, funk (não o carioca), samba e pagode. Mas hoje, eu poderia citar músicas de vários estilos que gosto, desde Daft punk a Supla (o clipe é horrível), de Jair Rodrigues a DJ Marky, de Madonna a Copacabana Club, de Yoshida Brothers a Ivete Sangalo, de Nicola Conte a Amy Winehouse. O que me agrada é a música e não o cantor, a banda ou o estilo musical. Mas as músicas me levaram a escrever esse post foram Cool Cat, do Queen e Check My Machine, do Paul McCartney. Elas explicam bem o que escrevi até agora.

Muitos manos curtem Cool Cat, sem saber que é do Queen, como se fosse uma música do Bar Kays, da Betty Wright ou Tyrone Davis. Se questionados se existem pelo menos uma única música do Queen que os agradem, a resposta será, na maioria, negativa, e se lhes oferecerem uma do grupo, ela será repudiada antes mesmo de escutada.

O mesmo acontece, quando são questionados sobre alguma canção do Paul McCartney, mas quando escutam Check My Machine, conhecida na minha infância como Melô do Chic. Dez entre dez manos usarão expressões como mil graus, bem louca, som de drão, ou no mínimo da hora, na tentativa de potencializar todo e qualquer elogio que se possa fazer a essa musica, é simplesmente uma unanimidade na periferia.

Cheguei à conclusão de que, Queen e Paul McCartney também fazem som para os manos. E finalizo esse post com a seguinte mensagem: nunca diga nunca. Principalmente ao Queen e a Paul McCartney. Além do mais, a melodia da sua vida pode estar sendo tocada pelos artistas que você mais despreza.

Boa noite São Paulo, ainda estou acordado!

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